O Setembro Amarelo nos convida, mais uma vez, a refletir sobre a importância da saúde mental. Ao longo do mês, campanhas, palestras e discussões se multiplicam com um único propósito: salvar vidas. Porém, há uma categoria profissional que merece atenção especial nesse debate — os policiais e bombeiros.

Homens e mulheres que, diariamente, enfrentam situações extremas, de violência, tragédias e perdas. São eles que correm em direção ao perigo enquanto todos fogem. São eles que sustentam o peso de decisões em segundos, carregando consigo, muitas vezes em silêncio, marcas invisíveis que não desaparecem ao tirar a farda.

A saúde mental desses profissionais é, portanto, um tema que precisa sair da invisibilidade. O estresse acumulado, a pressão constante e a falta de apoio adequado podem levar a quadros de ansiedade, depressão e até ao suicídio. 

O presidente da ASSOF e chefe do planejamento estratégico da PMGO, coronel Cardoso, reforça a urgência desse debate:

“Precisamos falar de saúde mental com seriedade dentro das forças de segurança. O policial e o bombeiro são treinados para proteger, mas também são seres humanos, com limites, dores e fragilidades. Cuidar da mente desses profissionais é cuidar da sociedade,” destacou o coronel. 

Cuidar de quem cuida de nós é uma responsabilidade coletiva. Não basta exigir coragem, disciplina e preparo técnico. É preciso garantir que esses homens e mulheres tenham acesso a acompanhamento psicológico contínuo, programas de prevenção, ambientes de trabalho mais humanos e, acima de tudo, respeito pela sua condição humana.

O Setembro Amarelo não deve ser lembrado apenas como um mês de conscientização, mas como um marco de mudança cultural. Precisamos derrubar o tabu que ainda cerca a saúde mental, especialmente nas instituições militares, onde muitas vezes a vulnerabilidade é vista como fraqueza. Reconhecer a necessidade de ajuda é, na verdade, um ato de força e sabedoria.

Que este mês nos inspire a ampliar o cuidado, a empatia e a valorização dos nossos policiais e bombeiros. Porque defender a vida também passa por preservar a saúde mental daqueles que diariamente arriscam a própria vida por nós.

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